SV#87 – Pirazinas e Pimentões

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Pirazinas e pimentões

Odiadas por muitos, amadas pelos fãs dos Sauvignon Blanc neozelandeses. As pirazinas dão o que falar nas rodas de enófilos e já estava mais que na hora de falar delas aqui. Com um convidado muito especial!

Pirazinas e vinho

Pirazinas são substâncias presentes em todas as plantas. Seu objetivo é desencoraja o ataque das frutas por animais enquanto suas sementes não estiverem prontas para germinar.

Com o amadurecimento a situação se inverte: a planta passa a destruir as pirazinas e concentrar açúcar, justamente para atrair os animais que espalharão suas sementes.

Uvas são frutas, e portanto não são excessão. A concentração de pirazinas, contudo, é maior nas variedades bordalesas – Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Merlot e Carménère entre as tintas e Sauvignon Blanc, entre as brancas. Sua presença pode ser percebida nos vinhos, normalmente associada a aromas de pimentão verde.

Pirazinas com B e com P

Nos vinhos, estamos de olho em 2 tipo principais de pirazinas:

  • IBMP (3-isobutyl-2-methoxypyrazine) – associe o “B” ao pimentão, ou bell pepper
  • IPMP (3-isopropyl-2-methoxypyrazine) – associe o “P” a manteiga de amendoim, ou peanuts. Veja também o Laidbug Taint.

Pirazina no vinho é ruim?

Boa pergunta. Para alguns, e dependendo da concentração, pode adicionar complexidade ao vinho; outros não suportam sequer a menção à sua presença (muito similar às dicussão sobre brett).

O @sommelierdemerda e as pirazinas

Por essa controvérsia toda, eu achei que esse episódio exigiria a exposição de pontos de vista distintos, e por isso convidei um colega que fez fama no instragram criticando as pirazinas, em especial aquelas presentes nos vinhos “Reservado” feitos com a uva emblemática de um dos nossos vizinhos sulamericanos.

Dica de um belo Carménère do Peumo

Cordillera de Los Andes Carménère Reserva Especial⁣ 2017

Produtor: Miguel Torres
Região: Valle del Cachapoal D.O. Peumo⁣
Preço médio: R$165

Trata-se de um personagem caricato que satiriza várias crenças, manias, mitos e outros temas do mundo do vinho. Para esse episódio contei com a companhia do homem por tráz do @sommelierdemerda – um profissional competente, com muito conhecimento para compartilhar e que inclusive nos deu dicas de bons Carmenére chilenos para provar!

Alguns dos assuntos discutidos neste episódio

  • ladybug taint (contaminação por joaninhas)
  • extração das pirazinas de vinhos utilizando xixi de rato (sério! Chama mMUPmouse major urinary protein. Mais info >>
  • gente que adiciona pirazina nos vinhos (pra valorizar! Aconteceu na África do Sul, para imitar o estilo dos SB neozelandeses e foi um escândalo. Mais info >>)

Vinhos Carménère recomendados – com e sem pimentão

Se você é daqueles que fooooooge das pirazinas e procura um Carménère sem elas, a dica é buscar na  região chilena chamada Peumo, no Valle del Cachapoal chileno. A brisa fresca do mar chega até Peumo pelo leito do rio Cachapoal, refrescando a elevada temperatura diurna e garantindo as notas de frutas vermelhas nos vinhos de Carménère (já no Vale do Colchagua, numa parte mais protegida do Vale do Rapel, que é nome da região toda, o clima mais quente favorece a Cabernet Sauvignon).

Confira os vinhos comentados:

  • Cordillera de los Andes Carménère Reserva Especial⁣ 2017 (Miguel Torres)
  • Petreo Carménère (Caliterra) – esse é pra arrepiar!
  • Espino Gran Cuvee Carménère (Willian Favre)

Próxima degustação virtual já tem data e tema!

Sicilia, entre praias e vulcões

30/09/2020 20h

Créditos e agradecimentos

                              

  • Ao longo do programa de hoje você ouviu Scar Tissue, Red Hot Chilli Peppers
  • Na abertura, como sempre, tivemos Jane Monhit e Michael Bubblé com I won´t dance

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