SV#128: Vinho e guerra – Gaston Huet

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Um episódio sobre vinho e guerra que apresenta o produtor francês Gaston Huet – grande nome do Vale do Loire e referência da AOP Vouvray. Gaston foi parte de um momento decisivo na 2a grande guerra e me deu a desculpa perfeita pra um podcast diferente. Levemente baseado no livro de mesmo nome, fortemente inspirado pela recente invasão da Ucrânia pela Rússia e fartamente ilustrado com informações históricas – algumas bem curiosas – e dicas pop: filmes, séries, livros e podcasts sobre a 2a guerra mundial e seus personagens (mais o Titanic).

Tem também recaptulação sobre o Vale do Loire e um mergulho no mítico Domaine Huet L’Echansonne. Vinhos considerados entre os melhores brancos do mundo e que, segundo Jancis Robinson “duram e duram… e são seriamente subprecificados”.

Vinho e Guerra (livro)

Os autores, Don e Petie Kladstrup, tiveram a ideia de escrever um livro contando a história da invasão francesa na 2a guerra mundial do ponto de vista dos vitivinicultores após uma conversa com Gaston Huet. Em visita ao Domaine, Huet lhes ofereceu um de seus vinhos da grande safra de 1947: “É provavelmente o melhor vinho que jamais fiz.”, ele lhes contou.

Quando a conversa evoluiu para a questão “qual o melhor vinho já provado”, Huet disse que fora durante seu tempo num campo de prisioneiros durante a segunda guerra. E assim nascia a ideia para escrever Vinho & Guerra – Os franceses, os nazistas e a batalha pelo maior tesouro da França.

E os nazistas de fato trataram de tentar conseguir o máximo das melhores garrafas de vinho francês que puderam. Foram frustrados, em parte, pela engenhosidade dos franceses. Paredes falsas, fundo de lagos, desvio de cargas, sabotagem. A história é trágica, mas relatada de forma leve e cativante.

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Por mais histórias de guerra suculentas, contadas com o inconfundível humor britânico, vale conferir o livro How I Liberated Burgundy, do correspondente da BBC que cobriu a Campanha de Champagne Wynford Vaughan-Thomas. 

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Dicas pop do podcast

Escolhi falar de Gaston Huet neste episódio pois queria falar sobre as trágicas coincidências entre a guerra de então e a atual, na Ucrânia. Também porque Huet presenciou um dos momentos cruciais (e devidamente cinematográficos) daquela guerra.

Aqui vão várias dicas pops para quem gosta de história mergulhar.

O homem do castelo alto (série)

Essa distopia nos apresenta um mundo em que os aliados perderam a 2a guerra mundial. Um futuro semelhantemente sombrio seria possível, dizem especialistas, tivesse a Operação Dínamo fracassado. Eu indiquei a série, disponível no Prime, mas a história é baseada num livro de 1962. Confira aqui.

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Munique: no limite da guerra (filme)

Obra de ficção que retrata o encontro real dos líderes da Alemanha, Inglaterra, França e Itália em setembro de 1938 e que resultou no Tratado de Munique. Nele, os líderes concordavam em ceder à Alemanha uma parte da Tchecoeslovaquia, que não foi convidada pra discussão. Em troca, Hitler promete não invadir nenhum outro país. Todo mundo sabe como termina essa história. Assista aqui

Massacre de Katyn

A URSS executou milhares de oficiais poloneses durante a Segunda Guerra Mundial. As forças de ocupação alemãs relataram a primeira vala comum, na vila de Katyn em 1943, mas Moscou só admitiu os assassinatos em 1990 (qualquer semelhança com Bucha pode não ser mera coincidência). Confira essa história contada pelo filho de um desses oficias neste ótimo podcast da BBC da série Witness History Ouça aqui.

A segunda guerra em cores (série de não ficção)

Com imagens reais, coloridas em computador (daí o nome), comentada por vários historiadores  e com narração do ator britânico Derek Jacobi, a série apresenta momentos decisivos neste marcante evento do século XX. Aqui no podcast eu citei os capítulos Blitzkrieg (a guerra relâmpago alemã) e Dunkirk. Disponível no Netflix.

Dunquerque

Nesta cidade portuária da Normandia tropas aliadas encurraladas esperavam por um milagre que manteria viva a esperança pela vitória da democracia na 2a guerra. O “milagre” veio na forma da Operação Dínamo: o resgate literalmente cinematográfico de 338.226 soldados aliados (a expectativa de Churchill era resgatar 45 mil).

Com direito a golpes de sorte (na forma de céus nublados durante a maior parte dos 8 dias de resgate, a decisão de Hitler de adiar o ataque e a adoção da estratégia aérea de Göring), engenhosidade humana (a construção de um pier improvisado com veículos abandonados, que permitiu acelerar a velocidade de evacuação) e atos de heroísmo (como o sacrifício das tropas baseadas em Calais e adesão dos barcos civis à operação de resgate), não é surpresa que a história virou um blockbuster.

Várias dicas aqui:

O destino de uma nação (filme)

Apresenta Churchill em seus primeiros dias como Primeiro Ministro britânico (nota: Churchill assume após a queda de Neville, após o fiasco do Tratado de Munique – veja acima). Gary Oldman ganhou o Oscar (mais um!) por sua interpretação.

O filme mostra os preparativos e posterior sucesso do resgate das tropas em Dunkirk. Mostra também a dura decisão de sacrificar as tropas sediadas em Calais. Churchill mais tarde relatou que essa decisão lhe causou dor física. Disponível no Netflix.

Dunkirk (filme)

Com estrelas como Tom Hardy e Cillian Murphy misturadas a inúmeros atores menos conhecidos, o filme de Christofer Nolan (Batman, A origem e Amnésia) retrata o resgate histórico. Disponível no Netlfix. Assista.

Charles Lightholer: do naufrágio do Titanic a Dunkirk

O oficial aposentado Charles Lightholer aparece neste episódio do Simples Vinho pelo hollywoodiano resgate de 130 pessoas em Dunkirk em seu barco civil, o Sundowner. Considerando que a capacidade nominal do Sundowner era de apenas 21 passageiros, isso por si só já seria um feito impressionante. Mas te mais!

Lightholer aparece tanto no filme de Nolan (embora não seja citado) quanto na série A Segunda Gerra em Cores pela manobra que performou, desviando de bombas lançadas pelos aviões alemães.

Ainda tem mais.

Quando estava na ativa, Lightoler sobreviveu ao naufrágio do Titanic, com direito a ser sugado pelas turbinas do navio que afundava e outras peripécias, mais tarde citadas no famoso ultra premiado filme de James Cameron sobre a tragédia. Ele contou suas memórias no livro Titanic and Other Ships, que pode ser lido online aqui.

Bônus: a cena do filme Titanic que mostra como a personagem de Kate Winslet sobrevive às águas geladas equilibrando-se sobre uma porta foi inspirada na história do pai de Tom Fong e é contada no episódio My father survived the sinking of the Titanic da BBC. Ouça aqui.

Controvérsias sobre Dunkirk

Gastón Huet se sente abandonado e traído no porto de Calais. Como ele, muitos outros morreram ou foram presos para tornar “o milagre de Dunkirk” possível. Para cada sete soldados que escaparam por Dunkirk, um se tornou prisioneiro de guerra. A maioria deles franceses, como Gaston Huet. 

Confira um relato em primeira pessoa de um desses personagens, neste podcast da BBC Witness History Left behind at Dunkirk.

E o relato de um dos soldados resgatos: Retreat from Dunkirk.

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